terça-feira, 17 de junho de 2014

Carnal Desire, Heavenly Kingdom e Woslom - Studio Rock Café (15/06/2014)

Essa resenha é especial, pois pela primeira vez tive total acesso às bandas, inclusive nos bastidores.

A noite estava com um clima agradabilíssimo, sendo assim, ideal para conferir um heavy de primeira.

A jornada começou com o trio do Carnal Desire, icônica por suas letras sarcásticas.


Apesar do bom humor, que envolve cada interação do vocalista Tarso, a banda em momento algum abre mão do profissionalismo, para deleite do público, que acompanhou uma apresentação cheia de peso, principalmente pelas "marretadas" de Diego.


Muito bom ver essa banda em ação, com a mistura sempre certeira de metal, hardcore e punk.


Lista de Músicas

1 - Overfuck
2 - Dark Room
3 - Efeito Hiena
4 - Noiva de Satã
5 - Zoofilia
6 - Sodoma e Gomorra
7 - Masturbação
8 - Fio Terror
9 - Edir Macedo
10 - Trinca
11 - Chupeta Zumbi - Walking Dead
12 - T-Lover
13 - Vaginoscopia
14 - Carnal
15 - Churros Assassinos
16 - Profissão Peão
17 - Cookié bom...nada!

Carnal Desire é formada por: Tarso Wierdak (vocalista e guitarrista), André Monteiro (baixista) e Diego "Lo Pombo" (baterista).


Em seguida, meus conterrâneos do Heavenly Kingdom brindaram os presentes com seu heavy/thrash extremamente técnico.

A presença de Bil na banda é fundamental, garantindo uma sonoridade bem específica a banda.Poderia citar várias músicas, mas como o camarada canta em Tears From The Sky, é de arrepiar.


Vimos um Vagner bastante cansado, ofegante a cada música, o que não comprometeu o resultado final, muito pelo contrário, já que ele conseguiu canalizar aquilo numa performance intensa, cheia de riffs marcantes, e seu tradicional timbre rasgado.


As viradas sempre precisas de André Balula são de encher os olhos, mais do que peso, ele dita o ritmo da banda.


O final foi apoético, com o cover de Sirens, fazendo todos perderem a voz de uma vez por todas.


Lista de Músicas:

1 - The Trial
2 - Annunciation
3 - Nature In Fury
4 - No Violence
5 - Tears From The Sky
6 - Sign Of The Cross
7 - Against All Evil
8 - The Exodus
9 - Sirens


Heavenly Kingdom é formada por: Vagner Mesquita (vocalista e guitarrista), Bil Martins (vocalista e guitarrista), Nando Rodrigues (baixista) e André Balula (baterista).


Encerrando a noite com maestria, tivemos o quarteto do Woslom, que justificou todo o burburinho em relação a sua música.


Outra banda com referências do thrash oitentista, os mais desavisados podem pensar, mas o que vimos foi uma apresentação com a fúria característica do estilo, aliada à um som muito limpo e técnica apurada.

Silvano "bangueia" como ninguém, assim como dá conta do recado nos riffs, além de imprimir uma pegada sempre agressiva às músicas, com seu tom de voz.


Andre segura as pontas como ninguém, além de fazer toda a diferença como "backing vocal".É o dínamo da banda.

Fernando usa suas baquetas como armas, com um peso e técnica incomuns.


Rafael merece um estudo de caso, afinal trata sua guitarra como a melhor amiga, além de ter toda a postura de um "rockstar".É missão para poucos acompanhar seus dedos percorrerem seu instrumento.

Destaque para Pray to Kill, com linhas de guitarra marcantes, refrão na medida e Time To Rise, que encerrou da melhor maneira possível o show.


Outro ponto positivo, é que assim que terminou o show, a banda confraternizou com os presentes, atendendo aos pedidos de fotos, e vendendo cd's e camisetas.


Lista de Músicas:

1 - Haunted By The Past
2 - Pray To Kill
3 - Mortal Effect
4 - Purgatory
5 - Evolustruction
6 - New Faith
7 - Breathless
8 - Beyond Inferno
9 - Time To Rise


Woslom é formada por: Silvano Aguilera (vocalista e guitarrista), Rafael Iak (guitarrista), Andre Mellado (baixista) e Fernando Oster (baterista)


Disso tudo, podemos ter a certeza que o heavy/thrash tupiniquim está em ótimas mãos, e só depende dele mesmo para ganhar as manchetes.

Novamente agradeço ao Luiz Carlos, pelo jeito amigável que me recebeu, a permissão para eu tirar as fotos de dentro do "aquário", os funcionários, aos músicos, pela garra a cada apresentação e bom trato com os fãs, e principalmente ao público, que se não estava em grande número, compareceu numa noite de domingo, aproveitando cada instante das apresentações.

sábado, 14 de junho de 2014

Tribal Free Metal Fest - Dark Saga, Usina e Odum (13/06/2014)

Mais uma edição do Tribal Free Metal Fest aconteceu, e como não poderia ser diferente, o blog estava lá, com exclusividade.

A casa recebeu um bom público, numa sexta-feira 13 enluarada, com temperatura amena.

O quinteto da Dark Saga teve a difícil tarefa de abrir o espetáculo, e entre prós e contras, cumpriram o seu papel.

As três primeiras músicas foram prejudicadas pelo som "embolado" do palco, tornando-as quase inaudíveis.


Outra coisa que ficou evidente, foi a postura "acanhada" da banda no palco, com raras interações com o público, que só se alterou nas últimas músicas.

Aí você pode se perguntar, e os prós?

A banda tem talento, é notório, apenas precisa ser lapidada, ensaiar o dobro do tempo,etc,além de encarar qualquer palco como o Madson Square Garden, porque assim as músicas, muito boas por sinal, fluirão muito melhor.



Destaque para Hector, que empunha sua guitarra sem medo, e Deni, que se não inventa a roda, dá baquetadas na medida.

Rodrigo (que tem todas as qualidades de um frontman), Stephanie e Julio Cesar mostraram nos seus momentos de protagonismo o seu melhor, isso só precisa se tornar frequente em todos os minutos do show, como já falado.



Muito interessante também, a banda não ficar no lugar comum de encher o show com covers.As composições tem qualidade, e se bem trabalhadas, funcionarão ainda melhor ao vivo.

Lista de Músicas:
1 - Gravediggers
2 - Behind a Mask
3 - Top of Reality
4 - Here I Am
5 - Indians
6 - The Wicker Man
7 - Faster Than a Bullet
8 - Lessons In Life

Dark Saga é formada por: Rodrigo Moura (vocalista), Julio Cesar (guitarrista), Hector Basile (guitarrista), Stephanie Cunha (baixista) e Deni Martins (baterista).


Minutos depois, suficiente para ir ao banheiro e beber aquele refrigerante, era hora da Usina subir ao palco, e foi com o pé na porta.

Pelo nome das músicas já se imagina o que presenciamos, mas só quem estava lá, pode de fato ouvir Rafael vociferar cada uma das músicas, como se estivemos a beira de um colapso, e a humanidade não tivesse mais salvação.



Rodas se formaram em vários momentos, e "Bloodgrinder" incitava ainda mais a plateia.Já começou o show com uma goleada, e fez questão de demonstrar que faria daquele palco o quintal de sua casa, ou porque não dizer, o seu campo de batalha particular.

Era possível ver gotas de suor escorrendo de Fábio Abreu, perfeitamente compreensível, dada a brutalidade com que espancava sua bateria.



Evandro Lau segurou muito bem as pontas, para Thalles e Raphael brindarem os presentes com palhetadas precisas e nervosas.

Fazendo uma analogia com o esporte, a banda comporta-se como o Mike Tyson em seus tempos áureos, em poucos minutos massacra os adversários, e foi assim que a plateia se sentiu, sem tempo pra retomar o fôlego a cada pedrada.



Outro ponto bastante positivo são as composições em português, misturando sarcasmo e crítica social na medida certa.

Lista de Músicas:
1 - Pá
2 - Demônios
3 - Sistema
4 - Crimes de Guerra
5 - Cadeia
6 - Inferno e Caos
7 - Belzeblues
8 - Fé Capitalista
9 - Meretriz
10 - Usineiro Louco

Usina é formada por: Rafael "Bloodgrinder" (vocalista), Thalles Mitras (guitarrista), Raphael Mendonça (guitarrista), Evandro Lau (baixista) e Fábio Abreu (baterista).

O escolhido para fechar brilhantemente esta noite, foi a banda Odum.

Os momentos que precederam a entrada da banda no palco foram marcados por expectativa, já que Gus Conde apareceu com um kit monstruoso de bateria, e pela estrutura da casa, talvez o som não fosse aproveitado na sua totalidade.



Resolvidos pequenos problemas técnicos, a banda subiu ao palco, para mostrar o motivo de tanta repercussão a respeito do seu trabalho.

Bio Silva é um vocalista de primeira grandeza, domina o palco como poucos, e sabe direcionar sua ira na medida certa, em cada uma das músicas.



Tadeu e Kyle são guitarristas primorosos, muito pesados e técnicos, não erram uma, e tocam com uma naturalidade impressionante.

Pedro é muito seguro no que faz, sendo um dos responsáveis pela sonoridade singular da banda.



Gus Conde é um capítulo a parte.É quase impossível acompanhar o movimento de suas mãos, e as quebras de ritmo dentro de uma mesma música impressionam.

A plateia ficou extasiada, e tantas outras rodas se formaram.

Usando outra metáfora esportiva, nesse time não tem carregador de piano, são todos camisas 10.Exemplo de profissionalismo e entrega no palco.

Lista de Músicas:
1 - Chapter IV
2 -
3 - New Earth
4 -
5 - Forever
6 - My Skin
7 - Inner Sense
8 - Nothing

Odum é formada por: Bio Silva (vocalista), Tadeu Neto (guitarrista), Kyle Fernandes (guitarrista), Pedro Castro (baixista) e Gus Conde (baterista).

Agradeço aos músicos, ao público presente, ao Fabio e todos os profissionais da casa,e é gratificante ver que se o público não aumenta exponencialmente, ele se solidifica.

Outra coisa que merece destaque é ver como há uma safra de qualidade na região, em várias das vertentes do metal, ao contrário do que diz o senso comum, de que iremos cair no ostracismo inevitavelmente.