Hoje vou falar de uma banda criada há 14 anos.
Há tempos eles já anseavam por lançar um trabalho a altura da sua capacidade,mas esbarravam em questões financeiras e logísticas.
Pouco antes de entrarem em estúdio, Luciano Gavioly, guitarrista, fundador e principal compositor da banda, anuncia sua saída.
Esses caras são "cascudos",engana-se quem pensa que eles se desesperam.
Recrutaram Pedro Bueno, que ao lado de Ricardo Lima tem impressionado pela sincronia e capacidade de levar a banda a outro patamar.
Como já mencionei, esses caras não tem medo de mudanças, e após um período no Beco Estúdios, anunciam algo que deixa a todos boquiabertos: Fredrik Nordstron tinha aceitado masterizar o trabalho, e se isso não fosse o bastante, convidaram Aníbal Pontes como produtor, e quem o conhece da época em que empunhou uma das guitarras no Rygel,consegue imaginar o resultado final do trabalho,que modestamente detalho logo abaixo.
Religious Falsehood abre o trabalho com a velocidade característica da banda, induzida pela bateria venenosa de Afonso.
Os agudos de Eduardo Jr. estão presentes, mas de uma maneira moderna e brutal, fruto da qualidade técnica do vocalista aliada a produção primorosa do trabalho, que ficou a cargo de Anibal Pontes.
Strike Command é um thrashão visceral, mostrando o lado mais agressivo de Eduardo Jr.
Pedro e Ricardo transpiram "Bay Area" nessa faixa. Técnica e brutalidade caminhando juntas.
A faixa-título do álbum é a mais inspirada, com um refrão que gruda na mente do ouvinte de primeira, além do baixo marcante de Meles.
My Torment tem um andamento totalmente diferente do que nos acostumamos a ouvir, fruto da criatividade da nova formação.
Uma pegada "oitentista" faz dessa uma candidata a ter lugar cativo no set dos shows.
O refrão de New Limits Whitin Procreation nos dá a impressão de um futuro apocalíptico,e o mais importante,é bem encaixado para a plateia cantar junto.
O que a dupla Ricardo e Pedro faz nessa faixa é pra pegar o bloco de anotações e não perder nenhum detalhe, pois estamos diante de dois dos mais viscerais e criativos guitarristas da região.
A faixa que leva o nome da banda faz jus a sua história, com uma usina de riffs e a participação especialíssima de Bil Martins (vocalista do Dark Witch) e "Batata" ( vocalista do lendário Vulcano).
Em suma,vemos uma banda ótima, que foi cuidadosamente lapidada por Fredrik Nordstron, que dispensa apresentações e Aníbal Pontes.
Aqui encontramos do heavy tradicional ao thrash, sem recorrer a clichês.
Por todas dificuldades que esses caras enfrentaram,a coragem para seguir em frente e o resultado final,a nota deve ser algo como 11,5.
Repertório
1 - Religious Falsehood
2 - Strike Command
3 - Chaos Before The End
4 - My Torment
5 - New Limits Whitin Procreation
6 - In The Sound Of The Wind
7 - Vetor
8 - Endangered Species
Vetor é formado por: Eduardo Jr. (vocalista), Ricardo Lima (guitarrista), Pedro Bueno (guitarrista), Luiz Meles (baixista) e Afonso Palmieri (baterista).
Para saber mais sobre a banda,acesse:
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