Para inaugurar essa seção do blog,entrevistei o candidato Marcos Mendes,do PT.
1) Marcos, conte sobre sua vida pessoal,formação, seus
hobbies, etc?
Nasci
em Araraquara, interior de São Paulo, mas vim viver em Santos ao completar meu
primeiro ano de vida. Meu pai veio para cá no ano em que nasci para trabalhar
numa empresa de navegação. No ano seguinte viemos minha mãe, eu e meu irmão
mais velho.
Sou
graduado pela Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista (FATEC) em Tecnologia
em Processamento de Dados, licenciado para exercício da docência e pós
graduando em Gestão de Educação à Distância.
Atualmente atuo profissionalmente como docente das Escolas Técnicas (ETECs) do
Governo do Estado de São Paulo.
Meu
hobbie mais atual é cuidar e curtir a minha princesa que nasceu em abril.
Além disso, depois de botá-la pra dormir, gosto muito é de tocar minha
guitarra, meu baixo e ouvir um bom rock and roll.
Muitos
não sabem, mas cheguei a integrar algumas bandas de rock de Santos e tive o
imenso prazer de viver minha adolescência na Capital Mundial do Hard Core (um
estilo de rock influenciado pelo Punk Rock) que foi Santos nos anos 90.
Gosto
também de prestigiar os belos pontos turísticos daqui. Lagoa da Saudade, Fonte
do Sapo, Orquidário, e a cachoeira do Caruara são meus passeios favoritos.
Fora
isso, sinto prazer em me engajar em lutas justas em defesa do progresso e da
justiça social, mas não considero isso propriamente um hobbie. Pra mim é um
dever cidadão, uma contribuição social.
2) Como foi o início de sua militância política?
Vish!
Vou contar história agora, quem não tiver paciência para ler que me perdoe, mas
passe para a próxima pergunta! =)
Lembro
de um professor de Geografia da quinta série, chamava-se Renato, que foi quem
pela primeira vez me apresentou uma ideologia política baseada numa estrutura
social que tem os produtivos, os trabalhadores como pilares da sociedade.
Desde
então passei a me identificar com essas teorias que defendem a igualdade entre
os homens, que dão sentido ao fato dos seres humanos se organizarem em
sociedade, teorias que sempre me pareceram muito justas e até mesmo cristãs.
Daí
pra frente, comecei a ler e estudar muito a parte teórica deste conjunto ideológico
político e social. Tive como bons companheiros nessa jornada diversos livros
dos quais gosto de fazer releituras, de tempos em tempos, por que compreendo
que o meu amadurecimento biológico e social me permitem tirar diversos novos
aprendizados a cada vez que os leio. “Salário, Preço e Lucro”, “Do Socialismo
Utópico ao Socialismo Científico”, “Processo de Trabalho e de Produzir a
Mais-Valia”, “Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem” e
“Trabalho Assalariado e Capital” foram e ainda são, sem dúvidas, meus grandes
tutores.
Lá
pelos anos 90, eu ainda moleque, já me envolvia nas lutas dos jovens,
principalmente por respeito, pela discriminalização da juventude, assuntos tão
atuais ainda hoje em dia além de lutar também por espaço para a pratica
esportiva e para o desenvolvimento cultural.
Lutava
em especial para que as bandas de rock da época tivessem oportunidade de
apresentar seus trabalhos. Tínhamos, já naquela época, e ainda temos, muitos
excelentes artistas e grupos talentosíssimos não reconhecidos ou aproveitados
nessa cidade!
Desta
época, lembro em especial de uma apresentação que fiz tocando guitarra com uma
amiga, a artista teatral e cantora Raquel Rollo, na Praça Mauá, em um protesto
às acusações de corrupção do governo Beto Mansur.
Na oportunidade conheci o saudoso amigo Zellus Machado com quem passei a trocar
muitas idéias sobre política, artes, filosofia... Foi numa dessas adoráveis
conversas (e quem teve o prazer de conviver com ele sabe o quanto era bom
trocar idéias com essa grande camarada) que tive a certeza de que eu não estava
sozinho em minhas concepções e que podia e precisava ir mais a fundo, ser mais
participativo na construção da sociedade que sonhávamos!
Em
2004 militei junto aos estudantes da FATEC Santos onde promovemos o início de
uma greve de 80 dias que me orgulho de lembrar que começou com os estudantes e
em seguida ganhou a participação dos professores e funcionários.
O motivo desta greve foi por que o governo do estado tentou, numa manobra
política mesquinha e antidemocrática, romper o vínculo existente entre as
FATECs e a UNESP. Em resumo essa manobra facilitaria o processo de privatização
da instituição. Mais detalhes sobre essa questão do vínculo podem ser
encontrados no link a seguir:
Depois
de graduado, como tantos outros santistas, fui obrigado a encarar o desemprego
e a falta de oportunidades na região e me sacrificar nos ônibus fretados que
deixam a Baixada às centenas rumo a capital. Trabalhei numa empresa
multinacional de Tecnologia da Informação com salário, benefícios, enfim, um
certo reconhecimento, que aqui na nossa região
jamais teria a oportunidade de receber. Fui obrigado a optar por subir e
descer a serra todos os dias enfrentando no mínimo 4 horas dentro de um ônibus
fretado para poder continuar vivendo na cidade que me criei e que amo viver.
Em
2008 comecei a lecionar nas ETECs. Neste mesmo ano me filiei ao PCdoB onde fiz
muitos amigos e troquei muitas experiências. Foram tempos de muito aprendizado,
mas infelizmente, no que tange a ação militante, ainda não era o que eu
procurava.
Foi
em 2011 que, cansado de tantas irregularidades de desrespeito à legislação e de
enfrentar condições trabalhistas tão precárias na instituição (Centro Paula
Souza – ETECs e FATECs), além de vivenciar a qualidade do ensino em queda
meteórica, desde meus tempos de estudante da FATEC até então, resolvi ingressar
ativamente no Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza – SINTEPS, inicialmente
como voluntário no processo de luta e negociação para tentar reverter a
situação junto ao Governo do Estado.
Infelizmente,
devido ao modo como o governo Alckmin quis conduzir a “negociação”, na qual
eles impunham e queriam que aceitássemos as condições deles, fomos obrigados a
convocar uma greve estadual no mesmo ano para através da luta política dos
trabalhadores, conseguir caminhar em uma negociação mais justa, menos
desequilibrada. Afinal, os professores e funcionários já se encontravam a 6
anos sem reajuste algum e muitos não recebiam sequer o salário mínimo estadual.
Claro que em condições de trabalho tão degradantes, mais de 70% dos
trabalhadores da instituição em todo o estado aderiram a esta luta.
Funcionou.
Se não conquistamos tudo aquilo que nos deviam após 6 anos sem reajustes, se
não conseguimos fazê-los passar a cumprir todas as leis trabalhistas de uma só
vez, ao menos a situação passou de insuportável para... “menos insuportável”...
Aqui
em Santos, devido a esta greve, buscamos o apoio da Deputada Estadual Telma de
Souza que de pronto e também na qualidade de professora nos apoiou.
Foi por causa da mobilização dos estudantes, professores e funcionários e da
intervenção da Deputada frente ao Governo do Estado que a Escola Estadual
Zulmira Campos na Zona Noroeste que abriga uma classe descentralizada da ETEC
Escolástica Rosa recebeu bebedouros que antes, mesmo com cerca de 300 alunos,
não possuía e também um laboratório de informática que também não existia.
Conquistamos
juntos aos trabalhadores o cumprimento de algumas leis que não eram respeitadas
e um reajuste, insuficiente, mas que para muitos trabalhadores, inclusive os
que recebiam menos que o salário mínimo estadual, foi o que permitiu-lhes
continuar sobrevivendo do trabalho que exercem com muita competência e amor
nesta instituição. Além disso, nossa ação pode adiar o colapso que a
instituição esta beirando com a falta de professores (que até são aprovados em
concurso, mas não tem interesse em aceitar a vaga devido as péssimas condições
e salários).
Mas
com tudo isso, o balanço que o sindicato faz é de que valeu a pena por que
mostramos aos trabalhadores que são eles quem constroem essa sociedade. A
categoria abriu os olhos e percebeu que não tem só deveres enquanto membros da
sociedade, mas que devem ter direitos, suficientes para equilibrar e manter
proporcional seus aos seus deveres.
Ainda
no final de 2011 me candidatei e fui eleito diretor sindical do SINTEPS em
Santos. A partir daí, com outros colegas, começamos a trabalhar para
re-organizar e representar a categoria que andava abandonada por aqui, até
então.
Passei a orientar e apoiar meus alunos na revitalização do Diretório Acadêmico
da FATEC Rubens Lara e do Grêmio da ETEC Aristóteles Ferreira.
Em 2012 essa molecada, de quem muito me orgulho, realizou todos os processos
necessários para legitimar chapas e administrar esses dois organismos
estudantis de extrema importância democrática dentro das Unidades de Ensino.
Afinal, escola não se faz sem os estudantes. Esse negócio de querer gerir
escolas e faculdades excluindo a participação dos estudantes nunca funcionou e
sempre só trouxe prejuízos para a educação.
Foi
no início de 2012 que recebi o convite para me filiar ao PT e como já tinha
presenciado a militância ativa deste partido e gostado do que tinha visto,
resolvi filiar-me no intuito de agregar na construção de um partido que possa
representar de fato os trabalhadores e abrir caminhos rumo ao socialismo no
Brasil.
3) O que o motiva a tentar uma vaga na nossa Câmara de
Vereadores?
Santos
é minha terra, cresci aqui e vi essa cidade mudar muito e infelizmente, nos
últimos anos, perder a posição de cidade número 1 em qualidade de vida e
crescer sem planejamento, gerando graves problemas para a população santista
refletindo esses problemas para toda a região da Baixada.
Isso
não pode ser considerado progresso, na minha opinião.
Possuo
propostas elaboradas conjuntamente em debates que mantenho com diversos setores
da sociedade santista, que me permitirão, se eleito, corrigir alguns problemas
essenciais de nossa cidade. Propostas simples, mas nem por isso menos
inovadoras ou eficazes.
Penso
que às vezes as pessoas procuram soluções tão complexas e inviáveis ou mesmo
que não são da alçada do cargo que pretendem ocupar quando na verdade, podemos
encontrar excelentes soluções na simplicidade e dentro do escopo do que pode e
do que não pode fazer um vereador.
O
mais importante, na verdade o fundamental, na minha opinião, é que o candidato
a vereador tenha em mente que ele estará lá na Câmara para representar a
população e só poderá representar a população se estiver perto dela, se
permitir que o povo governe, através de seu mandato. Na verdade o vereador deve
ser um coordenador das idéias e vontades da população que ele representa. Se
não for assim, ele nunca será legitimo.
4) Você já tem idéia de como
se dará o financiamento de sua campanha?
Boa parte sairá do meu próprio bolso,
o que não dá muita coisa já que o salário de professor no estado de São Paulo,
ainda mais os das ETECs, é bastante desrespeitoso.
Outra
parte virá da realização de eventos e da doação de pessoas físicas que confiam em
mim e acreditam no trabalho que juntos poderemos desenvolver através da
representação do meu mandato na Câmara Municipal.
Se
alguma empresa ou organização quiser contribuir, não recusarei, mas que não
esperem nenhum tipo de favor ou de maracutaia política por estas contribuições.
Nesse ponto sou bem direto e sincero. Política pra mim não é profissão, eu sou
professor. Exercer um mandato político na minha opinião é contribuição social.
Prefiro não me eleger a ser mais um político de “rabo preso” com os detentores
do capital, financiadores profissionais de campanhas. Não quero e não vou ser
mais do mesmo.
Outras
pessoas que se interessarem por minhas propostas e quiserem contribuir de
outras formas com a campanha, podem começar adesivando suas foto do Facebook
com meu nome e número.
Segue
um passo a passo de como adesivar sua foto:
2.
Caso
você não esteja ainda logado no Face, Clique no botão azul escrito "Login
with facebook"
3.
Se
solicitado, entre com seu e-mail e senha do Face (fique tranquilo pois o
sistema é do próprio Facebook! Sua senha e e-mail estão seguros!)
4.
Na
janela seguinte clique no botão azul escrito "Permitir"
5. Clique no botão azul escrito "Shown my support now"
6.
Na
próxima tela, clique sobre o botão azul escrito "Ser as my profile
picture"
7.
A
página do seu Facebook abrirá e exibirá a foto já adesivada, mas ela ainda não
está sendo usada!
8.
Repare
embaixo da caixa de foto o texto "Arraste os cantos da caixa
transparente...", no final deste texto tem duas opções, Recorte
Finalizado ou Cancelar. Clique sobre "Recorte Finalizado"
9.
Pronto,
sua foto já está adesivada e você já está contribuindo para a campanha!
5) Quais meios de
comunicação você utilizará na sua campanha?
Até mesmo devido ao baixo orçamento
inicial para a campanha, as vias eletrônicas como o site que eu mesmo estou
desenvolvendo, redes sociais como o Facebook, Twiiter, e outros serão uma
grande ferramenta desta campanha.
Aliás, optei por seguir pela minha área profissional justamente por acreditar
que a Tecnologia da Informação traria essa democratização para o mundo, o que
de fato já comprovou que traz.
A
panfletagem e o boca a boca também farão parte, até por que são de baixo custo.
Gostaria de aproveitar, inclusive, se me permitir e divulgar tanto o site
quanto o meu Face e Twitter:
Meus
canais diretos de comunicação com a população.
6) Quais as suas propostas
para área da educação? O ensino em tempo integral é uma delas?
Veja,
na qualidade de educador, que sou e, assim como eu muitos profissionais da área
devem se asustar com o termo “ensino em tempo integral” em especial quando se defende
a aplicação deste ensino as crianças.
É
preciso que fique claro que esta modalidade de ensino prevê um turno de aulas
tradicionais e outro de atividades extracurriculares como aulas de dança,
ensino de música, culinária, esportes, reforço escolar, etc..
Não
se trata de criar depósitos de crianças para pais que precisam trabalhar e não
tem com quem deixar os filhos muito menos de sacrificar a criança e o jovem em
maratonas malucas de 16 horas de aulas de cálculo ou física, por exemplo, como
muitos tem pensando e divulgado erroneamente.
Isto
tendo sido esclarecido, posso dizer então que sou absolutamente a favor do
ensino em período integral.
Defendo,
inclusive como educador, na minha prática docente, a importância da escola na
formação do indivíduo como um todo, como um membro ativo e agente transformador
da sociedade.
Deste
modo, como podemos oferecer para nossas crianças e jovens tão somente o
conhecimento daquilo que lhe será necessário para “exercer suas funções futuras
no mercado”? Acho esse tipo de colocação horrorosa, abominável, absolutamente
contrária a tudo que possa ser considerado pedagógico tanto quanto uma outra
muito comum, a do ensino “daquilo que cai no vestibular”.
Precisamos
trabalhar para a formação de cidadãos completos e plenos. O ser humano não é
máquina muito menos mercadoria para continuar sendo adestrado pelas escolas e
ao mesmo tempo levado por quem deveria ajudá-los no trilhar do caminho da
formação do caráter e da cidadania a acreditar que esse tipo de adestramento é
a verdadeira educação.
Defendo
o ensino das disciplinas tradicionais dando-se a mesma importância para
disciplinas consideradas atualmente extracurriculares como música, teatro,
dança, filosofia, educação física, mas veja bem, EDUCAÇÃO física. Não se trata
de tacar uma bola no chão para 40 alunos ficarem chutando e correndo atrás como
muito comumente ocorre nas escolas tanto públicas quanto particulares.
Além
disso, sou defensor da implantação da disciplina de Educação Cívica na grade
escolar, ou seja, o ensino aprofundado das estruturas sociais objetivando que
os indivíduos possam se tornar agentes construtores desta sociedade, do ensino
de Legislação, obviamente não do mesmo modo como os estudantes de direito
aprendem na faculdade, mas de uma forma didática de acordo com a maturidade
intelectual de cada faixa etária objetivando a compreensão da sociedade na qual
estão incluídos, o conhecimento de seus direitos e deveres e os porquês de cada
um deles, da oportunização do contato cultural, enfim, uma escola que forme
cidadãos.
Afinal
de contas, um ser humano não pode ser resumido ao acúmulo de conhecimento “para
ser aplicado no mercado” ou “para passar no vestibular” como infelizmente até
mesmo alguns colegas educadores defendem. O que aliás evidencia também a necessidade
de promover reciclagens e capacitações a estes profissionais.
Tudo
isso precisa ser planejado e aplicado de maneira interdisciplinar e
contextualizada sem excluir a participação dos pais e estudantes deste processo
de planejamento.
Para
que tudo isso funcione perfeitamente, Santos precisa ainda do ambiente e
edificações escolares adequadas para a promoção deste tipo de ensino. Lutarei
pela implementação de CEUs em nossa cidade que nada mais são do que as
estruturas físicas adequadas para a promoção deste modelo de ensino público que
defendo.
Parece-me
óbvio que muito esforço precisará ser empenhado para que esse modelo de
educação torne-se real em nosso município, mas a minha proposta é a de, dentro
das possibilidades que o mandato de vereador me proporcionar, encaminhar a
educação neste sentido, contando para isso com a colaboração dos educandos, dos
educadores, dos pais e de toda a comunidade escolar para que esses objetivos
comuns sejam alcançados e a educação em nosso município alavancada a patamares
adequados.
7) Quais as suas propostas para a área da saúde, que
recebeu uma nota preocupante recentemente do Ministério da Saúde?
São muitos os pontos que
precisam ser focados e corrigidos para reverter este quadro. Vou tentar abordar
os principais em resposta a esta pergunta.
A
primeira coisa que quero fazer, se eleito, referente à saúde, é trabalhar para
corrigir alguns erros grotescos cometidos neste “novo” Plano de Cargos
Carreiras e Salários da prefeitura no que tange ao enquadramento dos servidores
da área da saúde, em especial os Enfermeiros.
Estes
profissionais, essenciais para o sistema de saúde, foram enquadrados na letra
“P” do plano atual quando na verdade, deveriam ter sido enquadrados na letra
“Q” que enquadra outros profissionais de nível superior de funções de igual ou
menor complexidade das exercidas pelos enfermeiros.
Já
assinei Carta Compromisso com a categoria e não pouparei esforços para cumprir.
Além
disso, estou com todos os profissionais da Enfermagem, ou seja, Enfermeiros,
Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, na luta pela redução de jornada para 30
horas sem redução salarial. Esta luta foi iniciada e ainda está se desenrolando
em âmbito federal, mas enquanto isso, a categoria está se mobilizando para que
esta conquista venha em âmbito municipal como já aconteceu em diversas cidades
e mais recentemente na cidade do Rio de Janeiro.
A
jornada de 30 horas para a enfermagem, bem como farmácia, psicologia,
fisioterapia e diversas outras áreas ligadas à saúde é importantíssimo, não só
para melhorar as condições de trabalho e diminuir o desemprego nesta área, mas
para que estes profissionais possam estar plenamente saudáveis e conscientes
física e mentalmente para exercer as complexas funções que esta profissão
exige.
Estudos comprovam que as longas jornadas atuais geram desgastes físicos e
emocionais a estes profissionais comprometendo diretamente a qualidade do
serviço prestado.
Lógico
que para conseguir atender a estas reivindicações dependeremos de um projeto
que deverá ser encaminhado pelo executivo para que a Câmara vote e aprove, mas
enquanto vereador, no papel de fiscalizar e cobrar o executivo, exigirei dia
após dia, incansavelmente a elaboração e envio do projeto que contemple estas
duas reivindicações.
Irei
ainda cobrar do prefeito o reestabelecimento do conceito de Policlínicas
implementadas por Telma De Souza, premiado e reconhecido internacionalmente que
acabaram por se tornarem Unidades Básicas de Saúde nos governos que a sucederam
(apesar de a população ainda chamá-las de policlínicas). Essa medida
contribuirá para o desafogamento dos hospitais da região bem como refletirá em
mais especialidades para o atendimento da população.
A contratação de médicos mediante concurso é algo que não poderá ser esquecido.
Grande parte dos médicos tem sido contratados por tempo determinado, sem
concurso público. São mal pagos, não possuem vínculo com a prefeitura e isto
acaba refletindo inevitavelmente na qualidade do serviço prestado.
É importante destacar que por mais que um profissional, seja ele de qualquer
área, seja competente, se esforce para realizar um bom trabalho, sem que lhes
sejam dadas condições mínimas de trabalho, sem que se sinta reconhecido, sem
satisfação, o ser humano se torna menos produtivo. Isso não é opinião, isso é
estudo científico comprovado e aliás, aplicado nas empresas privadas para
manter os funcionários motivados e produtivos.
Temos
que fiscalizar e cobrar a contratação de outros profissionais também. Em
diversas Unidades Básicas por toda a cidade, por exemplo, faltam enfermeiros,
auxiliares de enfermagem, técnicos, farmacêuticos, dentistas, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, etc.. Os profissionais fazem o que podem para se virar no dia a
dia e acabam sobrecarregados.
Tem
exames na rede levando de 3 a 4 meses para serem realizados. Consulta com
ortopedista e algumas outras especialidades, por exemplo, nas UBS’s, tem levado
mais de 3 meses. Imagine só, um senhor de idade, ou mesmo um jovem com dores
crônicas motivadas por uma hérnia de disco ou outro problema qualquer ter que esperar todo esse tempo para passar
em consulta! É muito indigno,
desrespeitoso! E o município tem condições de realizar contratações! Só o que
precisa para isso é gerir melhor o orçamento municipal.
Para
finalizar na questão da saúde, tão importante quanto todo o restante, é
universalisar o atendimento em toda a região.
Já
passou da hora dos políticos pensarem na Região Metropolitana da Baixada
Santista como uma metrópole e universalizar tanto o atendimento médico hospitalar
quanto todos os demais serviços públicos de nossa cidade articulando com as
cidades vizinhas para que o mesmo também seja feito nelas proporcionando
melhorias diretas para a população de toda a região.
Atualmente,
se alguém do Guarujá vem a Santos para ser atendido na UBS da Ponta da Praia o
atendimento lhe é negado. Isso vai contra todos os juramentos que os
profissionais da saúde fazem em suas colações de grau.
Tenho
convicção absoluta de que poderei contribuir muito, com o conhecimento que
possuo da realidade da saúde em Santos e com o apoio e colaboração dos
servidores e pacientes da rede municipal para revertermos esse quadro de
descaso.
8) Quais as suas propostas para a área da mobilidade
urbana?
Em
questão de Mobilidade Urbana, não adianta ficarmos esperando a "boa
vontade" do governo do Estado.
Enquanto
Serra e Alckmin ficam brigando entre a ponte túnel, túnel ponte e o VLT
prometido há décadas não sai, é preciso fazermos algo em nível municipal.
Um
estudo para implantação de vias de transporte aquático na região é uma
possibilidade real que eu defendo.
Além
disso, a fiscalização e regulamentação das tarifas de ônibus bem como dos
itinerários e a qualidade dos veículos são algumas ações que podem contribuir
significativamente para a melhoria da mobilidade urbana, se aplicadas.
Defenderei
também volta dos cobradores nos ônibus por entender que essa ação, além de
devolver a estes trabalhadores os empregos usurpados, também garantirá mais
segurança para os passageiros e para todo o trânsito da cidade além de melhores
condições de trabalho para os motoristas que serão desobrigados de acumular
mais essa função ao já desgastante e estressante trabalho que executam.
As
ciclovias são outra excelente alternativa, especialmente para um município
plano como Santos, mas não adianta só ampliá-las, elas precisam ser reformadas,
pois os projetos implementados na cidade até hoje, na minha opinião, tem sido
de cunho meramente eleitoreiros. Só quem usa as ciclovias diariamente conhece
os diversos problemas apresentados por elas. Desníveis, alagamentos,
estreitamentos e curvas inadequadas, sinalização de trânsito e publicidade
atrapalhando e até colocando em risco a integridade física dos ciclistas em
algumas delas, etc.
Trabalharei
ainda pela implantação do serviço público de empréstimo de bicicletas para os
cidadãos promovendo melhorias ambientais e oferecendo uma alternativa de
transporte bem mais barato e saudável.
Algumas
pessoas defendem que isso no Brasil não daria certo. Na minha opinião isso é
puro preconceito. Basta que no Projeto de Lei Municipal se incluam métodos de
controle do empréstimo como, por exemplo, a existência de um cadastro contendo
todos os dados do cidadão: cpf, rg, comprovante de residência, etc.
Além
disso, outra idéia que pode ser aplicada para manter o controle é que se criem
pontos de empréstimos nas interligações entre as ciclovias e que as bicicletas
para uso em cada ciclovia tenham cores vivas e diferenciadas. Deste modo, se
uma bicicleta que deveria estar circulando na ciclovia da praia, por exemplo,
for observada circulando em qualquer outra ciclovia, chamará a atenção e a
Guarda Municipal e creio que até mesmo a Polícia Militar poderão intervir.
A
implantação de rastreadores via satélite também pode ser estudada. Hoje em dia
o custo desta tecnologia é bem acessível, embora, pessoalmente eu não acredite
haver esta necessidade. É questão de promover debates com a população, com as
autoridades de segurança pública e desenvolver um projeto que atenda às
necessidades e expectativas da população.
Possuo ainda uma proposta
extremamente simples e inovadora. A instalação de teleféricos públicos e
gratuitos em todos os morros. São obras que tem custos extremamente baixos, são
seguras e eficientes. Só será necessário antes, contudo, um estudo prévio e bem
elaborado de implantação por que o único problema dos teleféricos são os
ventos.
9) Quais as suas propostas para o setor cultural?
Alguns candidatos relegam a
questão cultural a segundo plano.
Gostaria de deixar bem claro que acredito que a Cultura é um elemento
fundamental para a plenitude humana de cada indivíduo e agente direto de
construção de uma sociedade livre, democrática e feliz.
Santos precisa sair da
estagnação cultural reativando espaços culturais já existentes e criando novos.
A cidade cresce constantemente
e nos últimos anos houve uma aceleração muito grande neste crescimento sem que
a criação de novos espaços culturais a acompanhasse.
A cidade que já foi a Capital
Internacional do HardCore (sub-estilo do rock and roll) não dispõe, por
exemplo, de espaço suficiente para as bandas da região.
Falta espaço ainda para os
grupos de teatro, dança, orquestras e todos os demais.
Santos tem bandas de rock
excelentes e reconhecidíssimas em todo o exterior como é o caso da
“Schizophrenia”, “ShadowSide”, do “White Frogs”, do “Garagge Fuzz” e tantas
outras. Mesmo assim, a maioria dos cidadãos conhece apenas o “Charlie Brown
Jr”.
Não podemos esquecer dos
excelentes grupos teatrais como por exemplo a “Trupe Olho da Rua” que
desenvolve um trabalho maravilhoso pela região, dentre tantos outros grupos
musicais, de dança e teatro que possuímos.
É dever do município promover seus artistas e atualmente, enquanto os mesmos
padecem ficando renegados ao “underground”, o Teatro Municipal permanece
esquecido, sem receber investimentos adequados, sem divulgação, a concha
acústica, nosso coreto do mar, subutilizada devido a uma determinação do
ministério público que poderia ser facilmente contornada com a construção de
uma proteção acústica ao redor do espaço.
É inegável que os últimos
governos que investiram de verdade na cultura nesta cidade foram os do PT.
Se eleito me dedicarei para a
implantação de um conservatório municipal em Santos, pela ampliação dos
espaços, facilitação do processo de solicitação e reserva dos mesmos para
realização de eventos, pelo incentivo e promoção dos grupos teatrais, musicais,
de dança, e todos os demais resgatando do “underground” todo o potencial
artístico e cultural que essa cidade sempre teve e continua tendo.
10) Quais as suas propostas para o setor habitacional,
que sofre tanto com o déficit, quanto com os cortiços?
Penso ser inadmissível que uma
cidade com o orçamento de Santos, com o volume de riquezas que passa por aqui e
que fica por aqui todos os dias, continuem existindo famílias vivendo nos
cortiços, nos porões do centro da cidade ou até mesmo nos diques.
Contando com o apoio dos diversos programas do Governo Federal como o “Minha
Casa Minha Vida”, o “Morar Melhor”, até
mesmo o “Brasil Carinhoso” e outros já a disposição dos municípios, Santos tem
condições plenas de reverter essa triste realidade habitacional e de miséria da
população.
Além disso, o município
precisa aproveitar melhor a área continental. Mesmo ela sendo composta 90% por
áreas de preservação, os 10% que sobram precisam de investimentos em
infra-estrutura e habitação e tenho certeza que recebendo estes investimentos,
está é uma excelente alternativa para tirar estas famílias das péssimas e
insalubres condições habitacionais as quais estão sendo obrigados a se
sujeitar.
Não descarto a defesa e
reimplantação do já bem sucedido projeto de mutirões como aqueles realizados no
governo Telma.
Outro ponto que acredito ser fundamental para solucionar este problema é o
combate à especulação imobiliária na cidade e em toda a região que é uma tarefa
política e cabe aos vereadores em conjunto com os secretários municipais e com o
prefeito tomarem iniciativas e adotarem medidas para combatê-la.
Santos tem que voltar a ser uma cidade de todos!
11) Como será sua relação com o executivo, caso seja
eleito?
A relação que todo vereador
deveria ter com o executivo. De fiscalização e cobrança, independente de quem
seja o executivo, independente de partidos políticos.
Este é, aliás, um dos maiores
deveres do vereador.
12) Que atitude você proporá
para resolver a questão da drogadição na nossa cidade,que até o momento tem
sido tratada apenas no âmbito da repressão,da segurança pública?
Na
minha opinião, a toxicodependência não possui nenhuma solução simples,
miraculosa, a curto prazo. Penso que é preciso ser bem realista e pé no chão por
que o que está em jogo na administração pública são vidas humanas e toda a
estrutura social em que vivemos.
A solução para este grave problema depende de ações integradas de combate ao
tráfico de drogas no município e região associadas com políticas de saúde
pública que devem incluir, dentre outras, ações de prevenção ao uso e a oferta
do tratamento de desintoxicação, políticas de educação, políticas para cultura
e esportes também devem ser integradas e direcionadas de modo a servirem como
ferramentas de prevenção e combate.
Não
é possível, no entanto e ao mesmo tempo permitir que a questão continue sendo
tratado no âmbito da repressão. Para mudar essa realidade, devemos trabalhar em
conjunto com a sociedade para que haja uma mudança de comportamento, uma
mudança cultural de toda a comunidade santista e para que as pessoas comecem a
compreender que ser usuário de drogas é estar doente.
Não
importam quais são os motivos que levaram a pessoa a usar as drogas, não
importa se o usuário vem de família rica ou pobre, somos todos seres humanos suscetíveis
a erros e é dever da sociedade amparar estes cidadãos. Ou vamos começar a fazer
como os homens tribais e assassinar nossos pais e avós por que são muito velhos
para contribuir diretamente na sociedade? Faço essa colocação para tentar dar a
noção exata do quão bárbara é a idéia de abandonar os usuários de drogas ou
mesmo criminalizá-los.
Usuário
precisa de tratamento médico e é óbvio que enquanto viciado, a maioria vai
recusar esse tratamento. Afinal, esse é um sintoma do doença do vício.
Vou
dar um exemplo em formado de dinâmica (quem achar chato pode pular pra próxima
questão!)
Qual fumante já não tentou largar o cigarro? Quais foram os sintomas sentidos?
Eu sei por que sou ex-fumante duas vezes! Fumei por 15 anos em média mais de um
maço de cigarros por dia. A primeira vez fiquei um ano sem fumar e só eu e quem
também já passou por isso sabe o quanto sofrido é o período de abstinência e o
quanto a nossa mente luta pra se enganar e se auto-convencer a fumar só um
cigarrinho. Uma verdadeira loucura, um problema psiquiátrico sim, uma doença,
problema de saúde pública. E aí, fumou só um cigarrinho, pronto... Ativarem-se
novamente todas as células receptoras dos componentes do cigarro que liberam
diversas substâncias prazerosas na corrente sanguínea e aí já era. Tem que
começar tudo de novo. Parei novamente agora com a notícia da gravidez de minha
esposa e estou decidido a não voltar. Tenho ido bem, agora, se vou conseguir
pra sempre, não sei. Espero que sim.
Eu fiz toda essa colocação anterior sobre o cigarro para questionar ao leitor:
- Você relutou
com o questionamento feito por mim a respeito de qual fumante já não
tentou largar o vício?
- Você fuma
cigarros, mas não se considera ou já não se considerou alguma vez,
enquanto fumante, um viciado?
- Você que não
fuma ou mesmo que fumava e parou acha que só força de vontade basta para
todo o fumante para que ele consiga parar?
- Você que fuma
acredita que para quando quiser?
- Você que não
fuma ou que parou na primeira tentativa, acha que foi “sem vergonhice”
minha ter voltado depois da primeira vez que parei?
As
respostas às perguntas que fiz quase sempre são preconceituosas ou equivocadas.
Todo mundo que começa a usar qualquer droga pensa a respeito de parar quase
sempre no primeiro ano. Ainda que esse pensamento seja rápido. Faça uma análise
íntima, bem honesta e sem hipocrisias consigo mesmo que lembrará que já pensou
a respeito.
Muitos
usuários de drogas, senão a maioria, não admitem ser viciados. Às vezes nem pra
si mesmos.
Quem
não usa nem nunca usou nenhum tipo de drogas ou quem já usou e conseguiu largar
o vício com mais facilidade, trata com desdém os usuários, de modo
incompreensível em relação ao seu sofrimento íntimo e sua luta interna. Cada indivíduo,
biologicamente e psicologicamente funciona diferente do outro. Não são áreas
exatas como a matemática por exemplo. O que serve para um pode não servir para
o outro.
Em
especial no início do vício, mas em outros estágios também, o usuário de qualquer
tipo de droga acredita que tem controle pleno sobre a situação (que nem
considera um vício) e que se parar o uso de súbito, não enfrentará nenhuma
abstinência. A verdade é que esse ou aquele sintoma da abstinência podem se
apresentar mais fortes a uns do que a outros e uns podem ser mais resistentes a
estes traumas enquanto outros mais sensíveis.
Uma
vez que se largue qualquer tipo de droga, mesmo após todo o sofrimento coma
abstinência, uma recaída é sempre clinicamente possível. Não julgamos quando alguém
com uma pneumonia está melhorando e de repente apresenta uma piora, muitas
vezes inexplicável. As mesmas recaídas podem ocorrer com a doença do vício.
É
esse tipo de ação, essa mudança cultural, de visão da população sobre as drogas
e da reação de toda a sociedade, em especial em relação aos usuários, que irei promover
através das políticas públicas.
13) Com a descoberta do
pré-sal, muitos se animaram com os futuros investimentos e melhorias na cidade,
enquanto muitos outros são mais reticentes, dizendo que isso acentuará as
diferenças sociais e nossos atuais problemas de locomoção.Como você se
posiciona diante dessa questão?
São resultados de dois caminhos
distintos. Ambos podem acontecer, depende apenas do caminho que escolhermos.
Santos
precisa eleger representantes dispostos a se empenhar para que venha o
progresso, os investimentos e as melhorias, não só para a cidade, mas para toda
a região, para o estado e para o Brasil!
Não
há dúvidas de que o povo não suporta mais as diferenças, os abismos sociais,
assim como não suporta mais ser obrigada a se exilar de sua cidade devido à especulação
imobiliária e enfrentar problemas de mobilidade, problemas na saúde, segurança
e educação pública, tudo reflexo de um crescimento, que já é reflexo do pré-sal.
Crescimento este que foi ignorado pela atual administração e aconteceu sem
planejamento.
Para
que consigamos trazer este progresso desejado, não só Santos, mas toda a região
precisa de um planejamento e olha que já estamos atrasados neste quesito!
Precisamos trabalhar para a criação de políticas públicas que assegurem a
instalação das empresas necessárias. Não só as relacionadas diretamente com a
extração do pré-sal, mas também as de suporte e serviços a estas operações.
Além disso, precisaremos nos empenhar no sentido de que a mão de obra daqui da
nossa região seja valorizada e integrada neste processo de crescimento. Não
podemos admitir que se importe mão de obra sendo que temos profissionais aqui
mesmo na Baixada esperando há décadas por essas oportunidades que não são só de
emprego, mas de especialização e desenvolvimento profissional e pessoal.
14) Como você pretende equacionar o desenvolvimento
habitacional e ambiental, ao passo que temos cada vez mais edifícios
megalomaníacos, que além de afastar muitos santistas de sua cidade de origem,
impedem a passagem da conhecida brisa, típica de uma cidade litorânea?
Esse
é um dos pontos chaves para o desenvolvimento com qualidade de toda a nossa
região.
A
questão destas construções impacta em diversos pontos que precisam ser
expostos. Vou abordar cada um deles...
Em
primeiro é importante que se esclareça a população que a autorização para
construção das torres, que leva ao processo de verticalização da cidade, vem
dos vereadores, através da aprovação do Plano Diretor do município.
Infelizmente, quem iniciar a próxima legislatura, terá que lidar com um Plano
Diretor já aprovado para os próximos anos e as construções que ali estiverem
autorizadas, dificilmente poderão ser impedidas de serem realizadas.
No entanto, caberá aos vereadores eleitos para a próxima legislatura impedir
que mais destas absurdas construções sejam autorizadas no próximo Plano
Diretor. Só se conseguirá isto com vereadores sem “rabo preso” com os grandes
empresários do ramo imobiliário e com suas empreiteiras e digo mais, se Santos
não reverter este problema, a cidade estará fatalmente condenada ao caos
absoluto.
Vou
bater novamente na tecla da falta de planejamento desta cidade para dizer que
ao mesmo tempo em que autorizam estas construções imensas e de altíssimo
padrão, os legisladores tem esquecido de priorizar a construção de
empreendimentos de moradias acessíveis a maior parcela da população santista.
Esse fato acarreta no terrível exílio dos trabalhadores deste município para as
cidades vizinhas que, por sua vez, despreparadas para receber esses exilados,
acabam sofrendo com problemas de mobilidade urbana, segurança pública, saúde,
educação, abastecimento, etc..
É
um bizarro e tétrico caos em cascata este que já enfrentamos.
Afinal,
qual é o professor, enfermeiro, técnico de qualquer área, psicólogo,
trabalhador portuário, segurança, policial, agente de trânsito, dentre diversos
outros trabalhadores que possuem condições de, com seus salários, arcar com as
despesas de aluguel, IPTU e condomínio nos absurdos valores que estão sendo
praticados em nossa cidade?
Como
só se constroem torres de luxo, falta moradia para os menos abastados, dai vem a
aplicação básica da lei de oferta e demanda.
Faltam imóveis comuns desocupados, os proprietários dos poucos ainda
disponíveis para locação ou venda, então, jogam os preços de venda e de aluguel
lá no alto de tal modo que tornam-se impraticáveis para a maioria dos
trabalhadores assalariados.
Sem
contar que Santos não foi preparada para receber esse número de habitantes que
tem migrado da capital e do exterior para cá. Este é o motivo do caos que todos
já estão percebendo que se inicia no trânsito, na saúde, educação, segurança, a
falta de espaços culturais para atender a demanda, etc.
Já recebi inclusive diversas denúncias de engenheiros que afirmam que as
estacas destas obras não estão dentro dos padrões de tamanho necessário para
atingir a rocha que se encontra abaixo do terreno arenoso de Santos. Desta
forma, essas obras entortarão como tantas outras até o ponto em que estas
estacas se assentem sobre as rochas. Até lá, poderemos presenciar tristes
desastres que poderão comprometer vidas humanas. Denúncias desta importância
precisam no mínimo ser apuradas e obviamente existem ainda as questões
ambientais e urbano paisagísticas.
A
solução para estes problemas, na minha opinião,
não pode passar sem a consideração do aproveitamento dos 10% da área
continental de nossa cidade que não são consideradas área de proteção ambiental
para auxiliar no desafogamento da área insular. Fator que deve trazer progresso
para essa parte de Santos que sempre foi muito esquecida e apenas recentemente
passou a receber atenção de alguns vereadores e outros políticos.
Para
tanto podemos contar com os fundos dos programas do Governo Federal, promover a
construção de moradias populares, trabalhar pelo retorno dos santistas exilados
à sua terra, legislar sobre o limite de altura das torres e sincronizar a
ampliação do número de residências e consequente aumento populacional com as
outras obras de base que precisam ser realizadas para que Santos possa suportar
adequadamente, com dignidade e qualidade de vida a sua população.
15) Pontos de alagamento,
principalmente na Avenida Nossa Senhora de Fátima são problemas históricos da
cidade.Como solucioná-los?
Não
faço a menor idéia!
E
me sinto muito a vontade em dizer isso com toda a franqueza afinal, não tenho o
mínimo conhecimento de Engenharia Hidráulica.
No
entanto, carrego a absoluta certeza que a solução para os constantes
alagamentos, não só na Nossa Senhora de Fátima, mas também como os da Zona
Noroeste, em especial os ocasionados pelos constantes transbordos do canal da
Av. Hugo Maia e ainda os menos freqüentes, mas nem por isso menos caóticos ou
prejudiciais, alagamentos que ocorrem em
dias de chuva por toda a cidade, não será encontrada sem que haja a promoção de
um estudo hidráulico muito bem realizado
e a elaboração e aprovação de um Plano Diretor de Drenagem Urbana para Santos.
Como
legislador, se eleito, terei como meta, desde os primeiros dias de mandato
conquistar a realização deste estudo e o desenvolvimento deste Plano Diretor.
Afinal de contas, os alagamentos não trazem só aborrecimentos a toda a
população. Causam problemas sérios de saúde pública, riscos para vidas humanas
além de grandes prejuízos financeiros para a cidade.
16) De acordo com um estudo da Câmara Temática de
Assistência e Desenvolvimento Social do Condesb, em matéria publicada no Jornal
Metro de 28/06/2012, 54% dos moradores de rua são da própria Baixada
Santista.Como equacionar essa questão, quais as suas futuras proposições no que
se refere à políticas sociais?
Lembro bem deste estudo!
Trata-se de uma triste realidade que na minha opinião precisa ser combatida em
nível regional, em toda a Baixada Santista.
Carrego comigo absoluta certeza de que esta questão depende de ação conjunta de
todas as prefeituras, mas considero que Santos deva assumir uma postura de
liderança nesta luta.
O referido estudo aponta para o vício em álcool e drogas como a maior causa
desta situação.
O combate a este terrível mal
é obrigação do poder público! A promoção de reuniões de Alcoólicos e Narcóticos
anônimos é dever do poder público e espaço para isso não falta em nossa cidade.
Entra aí também o papel perdido e que precisa ser resgatado das policlínicas.
O combate ao tráfico
obviamente também tem que ser levado bem mais a sério! As pessoas sabem onde
estão os traficantes. O poder público também sabe. Por que não o combate então?
A Guarda Municipal e mesmo a Polícia Militar adoram mostrar autoridade e força
bruta pra cima dos usuários. Usuário não é bandido! Usuário é a vitima direta,
em primeiro grau, dos bandidos! Usuário precisa de TRATAMENTO e o fornecimento
desse tratamento é dever também do poder público.
Os albergues municipais para moradores de rua devem passar de medida meramente paliativa
a serem compreendidos e atuar como centros de reintegração destas pessoas à
sociedade. Precisamos profissionalizar, devolver a vida e a dignidade a estes
seres humanos que em sua quase que totalidade, são vítimas dos anos passados de
descaso público.
17) Quais as suas propostas para o setor de segurança
pública?
Eu estaria sendo hipócrita se dissesse que sou a favor do
desarmamento de nossa Guarda Municipal/Metropolitana.
No entanto, sou contra o uso de armas letais por essa força auxiliar de
segurança pública.
Investimentos em treinamento físico e psicológico para estes profissionais é
fundamental para que consigam exercer suas tarefas, com a utilização de
alternativas não letais e sem que acabem por cometer qualquer tipo de abuso ou
excesso.
Esse tipo de investimento, inclusive, promove uma maior cordialidade destes
profissionais para com a população o que é realmente muito positivo e ajuda na
qualidade de vida.
Caso ocorra novamente, como nesse último verão na Baixada, outro ponto no qual
não vou parar de cobrar do executivo municipal e de me esforçar, até mesmo na
qualidade de cidadão, para veicular para toda a população são os riscos aos
quais o governador do estado de São Paulo nos submeteu com o corte no envio do
contingente militar para a Baixada na temporada. Na qualidade de vereador, se
eleito, não cabe a mim fazer esta cobrança ao executivo estadual (exceto na
qualidade de cidadão comum), mas cabe ao prefeito eleito e aí sim, por sua vez,
cabe aos vereadores cobrarem a atitude do prefeito frente ao Governo do Estado.
18) Ao menos na minha opinião, a Arena Santos é
subaproveitada.Dê sua opinião, além de dizer suas propostas para o esporte.
Na sua, na minha e acredito
que na de todos os santistas, em especial os que estão ligados nesse assunto e
sabem que aquela mega construção, de primeiro mundo, que custou mais de R$17
milhões aos cofres públicos passa mais tempo ocioso do que com atividades e não
oferece aos cidadãos, em especial aos jovens, nenhuma formação esportiva.
Para aquele espaço, devemos debater com a população no intuito de identificar
as necessidades e os projetos voltados ao desenvolvimento esportivo que
poderiam ser realizados nas instalações.
A Arena Santos é uma carta em
branco! Podemos trabalhar para aproveitar aquele espaço da maneira como a
população desejar e necessitar!
Os demais compromissos que eu
assumo em relação ao esporte é o de ouvir em especial a juventude e trabalhar
para ampliar os espaços para a prática esportiva, no incentivo a esta prática e
em projetos para a formação de atletas.
Acredito na necessidade de
mais investimentos em especial para os esportes marítimos e os de rua em nossa
cidade.
Cabe ressaltar que de um modo geral a questão sobre esporte e cultura estão
intimamente vinculadas com minhas propostas para a educação. (Questionamento 6)
19) Mais uma vez agradeço a entrevista, e deixo aberto o
espaço para você deixar sua mensagem final à população santista.
Bom,
gostaria de agradecer e parabenizar primeiramente a você pelo espaço aberto por
esta excelente iniciativa.
Candidato
a vereador não tem muito tempo de TV, não participa de nenhum debate específico
e às vezes não tem espaço para divulgar suas propostas, mesmo sendo um cargo
tão importante a ser ocupado.
É
fundamental que os eleitores tenham a oportunidade de conhecer a proposta de
todos, avaliar e tomarem suas decisões nas urnas muito conscientes dela.
Agradeço
ao cidadão santista pela atenção e pela confiança depositada em mim assegurando
que, acima de tudo, se eleito, meu mandato será para vocês e com vocês!
Quem
desejar me acompanhar mais de perto pode fazê-lo através do meu perfil pessoal
do Facebook e através do meu site.