terça-feira, 15 de maio de 2012

Alexandre Pires e a Perpetuação de Estereótipos



Muito tem se falado a respeito do clipe Kong de Alexandre Pires, que contou com a participação de Mr. Catra e Neymar e a recente denúncia da SEPPIR ao Ministério Público, pelo clipe reforçar estereótipos às mulheres, além dos já citados artistas terem se fantasiado de macacos, o que fundamentou a denúncia, pelo fato da Secretaria ter considerado essa uma atitude depreciativa aos afrodescendentes.

Ouvi do meu avô e de várias outras pessoas nas tv’s e demais meios de comunicação dizendo que isso era uma besteira sem tamanho, afinal estávamos falando de três artistas afrodescendentes, logo eles não praticaram racismo contra si próprio.

Esse fato isolado não me convence de que o clipe é livre do ranço racista, tão presente na nossa sociedade, afinal mesmo que sem essa intenção, os três reforçaram estereótipos seculares, afinal uma das maiores causas das denúncias de racismo, são as ofensas em que a pessoa é comparada ao primata comedor de bananas, como no caso do jogador Grafite, em 2005, ou vítima das já citadas bananas, arremessadas ao campo, como aconteceu com o próprio Neymar e o lateral Roberto Carlos.

Se é pra efeito de comparação, que nos comparem aos pensadores Milton Santos e Abdias do Nascimento, ao veloz Lewis Hamilton ou aos talentosos Lázaro Ramos, Grande Otelo ou Denzel Washington, até porque sou um animal racional e em nenhum momento quero comparar ou ser comparado a qualquer animal selvagem,afinal não foi pra isso que Martin Luther King,Malcolm X,os Panteras Negras e tantos ativistas conquistaram ao preço de suas próprias vidas.

Concluindo, o trio não foi racista, mas o clipe em si, além de ser péssimo, e desvalorizar as mulheres, como citado na denúncia, só reforçou o coro de um certo grupo que faz de tudo para nos desvalorizar só por sermos afrodescendentes,os mesmos que usam dos argumentos mais odiosos para refutarem as cotas universitárias.



Referências Bibliográficas:


http://esportes.terra.com.br/futebol/libertadores/2009/interna/0,,OI3842801-EI12949,00.html


http://esportes.terra.com.br/futebol/noticias/0,,OI5201385-EI1832,00-Vitima+de+ato+racista+Roberto+Carlos+cobra+autoridades+do+futebol.html


http://www.maisfutebol.iol.pt/brasil/brasil-escocia-neymar-racismo-banana/1242663-1485.html


Dia do Assistente Social




Hoje é o dia do Assistente Social, mas afinal de contas, há o que comemorar?

Somos a sexta economia do mundo, mas no IDH ocupamos a vergonhosa octogésima quarta posição, sendo que na América Latina, estamos atrás do Chile, da Argentina, de Barbados, do Uruguai, de Cuba, de Bahamas, do México, do Panamá, de Antígua e Barbuda e Trinidad e Tobago.

É notório o quanto evoluímos, daquele conceito inicial da caridade das senhoras católicas da alta sociedade, que por mera benevolência, e sem nenhum embasamento técnico/teórico distribuíam roupas e alimentos a esmo, mas ainda hoje a profissão é subestimada,devido a falta de investimento governamental e o senso comum da sociedade.

No pouco tempo em que estou como estagiário num aparelho da Assistência Social, é notório que as pessoas vão atrás de benefícios, o que não posso criticar, afinal foram secularmente marginalizadas pelo Estado, mas em contrapartida, vejo o quão difícil é falarmos em conquista de direitos, cidadania plena, já que o latente é sempre a condição econômica precária, a fome, fruto de famílias desestruturadas, com pouquíssimos anos de estudo.

Independente da minha militância partidária,não vou me furtar em dizer que já passou da hora de se pensar em políticas sociais definitivas,já que o Bolsa-Família é extremamente necessário,afinal como diria Betinho,quem tem pressa tem fome,mas caso outro partido assuma a presidência em 2015,esse programa corre sérios riscos de desaparecer,mas esse não é o mote da questão,mas sim a necessidade de voltarmos a pensar nesse e nos demais benefícios como transitórios,jamais definitivos,do contrário,os usuários terão aí um porto seguro,e o “empoderamento”,tão caro a nossa categoria jamais será alcançado.

Como coloquei no primeiro parágrafo, somos a sexta economia do mundo, muito se fala na “nova classe média”, e temos sim que comemorar as milhares de famílias que saíram da linha da extrema pobreza, mas não podemos nos dar por satisfeitos,afinal fala-se muito no aumento do poder de compra do brasileiro,mas isso não se traduz em mais direitos,na conquista de uma cidadania plena,muito pelo contrário,só reforça o consumismo desenfreado,a alienação,e lucros exorbitantes,para aquela classe de privilegiados que concentra a riqueza desse país desde sempre.

Ao se falar dos programas de “combate às drogas”, temos aí mais um fracasso, uma vez que criticamos constantemente as comunidades terapêuticas, pois raramente contam com estrutura adequada e profissionais capacitados, embora não possamos conviver sem elas, já que o Estado não oferece leitos suficientes para acompanhamentos desses cidadãos, encarregando-se apenas da parte da repressão policial, respondendo a anseios da mesma parcela da população,que deseja uma verdadeira “limpeza” próximo as suas residências,já que “o inferno são os outros”.

Outra dura frente de batalha que devemos liderar é a da valorização do profissional, que ainda não conta com um piso salarial, além de instrumentos necessários para o atendimento pleno ao usuário.

Para concluir, apesar das duras críticas, a cada dia de estágio, percebo que é isso que quero fazer,é essa batalha que quero encarar sem medo com os futuros colegas de profissão,e para dizer que não falei das flores,a Comissão da Verdade,para apurar o nefasto período da ditadura militar no nosso país foi instalada hoje.


Links:

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/brasil-ocupa-84-posicao-entre-187-paises-no-idh-2011.html

domingo, 13 de maio de 2012

A Nova Onda do Rock/Metal Santista - Surt


Após um intervalo de praticamente um mês,para dar continuidade as bandas promissoras da região,hoje você conferirá uma entrevista com Surt,da banda Hugin Munin.


Muito solícito,respondeu a todas as perguntas,e ainda se desculpou pela demora em respondê-las,o que é totalmente compreensível diante da agenda cheia da banda.


Bom,mas chega de conversa,e vamos a entrevista.Keep On Rocking!

1) Surt,conte-nos um pouco sobre como e quando a banda foi formada e a origem do nome Hugin Munin?

 Já tocávamos juntos na banda Dark Eden e sempre fomos apaixonados por esse estilo de som, assim como pela temática, então quando decidimos começar este novo projeto, não houve nenhuma dúvida ou dificuldade, foi bem natural. O nome original da Banda foi Gungnir, é o nome da lança de Odin, deus supremo da mitologia nórdica. Descobrimos que já existe uma banda com esse nome, precisávamos então de um nome baseado na mesma mitologia e que soasse legal... pensei então nos corvos de Odin, os demais membros gostaram e passamos a nos chamar Hugin Munin.


2) Quais são as suas principais influências?

 Cada membro da banda tem suas influências, o que enriquece muito nossas composições. As minhas principais são: Pantera, In Flames, Manowar, Hipocrisy, Six Feet Under, Satyricon, entre outros.


3) O que o motivou a ingressar no mundo da música?

As primeiras bandas de metal que ouvi foram Metallica e Black Sabbath e, desde então, tudo mudou e meu principal sonho e objetivo passou a ser ter minha própria banda.Um dia estava na casa do Thorgrim e ele começou a tocar Sepultura e eu comecei a cantar e, para nossa surpresa, soou legal, e a partir desse dia começamos a fazer músicas, letras, e nunca mais paramos.


4) Além de cantar,você sabe tocar algum instrumento?
Sei tocar algumas músicas no baixo, mas acho que não é o suficiente para dizer que toco o instrumento rs... tocar bem um instrumento requer muita disciplina e admito que esse não é o meu forte rs... I'm a rebel, don't you just know it? hehehe


5) Qual a maior dificuldade em ser músico no Brasil?E em Santos?

Poucos lugares de qualidade para eventos de metal. Percebemos que até em shows de bandas grandes, muitas vezes a casa é esvaziada às pressas depois dos shows para dar lugar a baladas de forró, funk, pagode, etc. Promotores gananciosos que não apoiam as bandas locais, pelo contrário, cobram para as bandas tocarem, o que é um completo absurdo. Pouco espaço na mídia...nos entristece saber que na Finlândia, por exemplo, bandas como Children of Bodom tocam normalmente em programas da TV aberta, coisa que praticamente não existe no Brasil. Em Santos, assim como em muitas outras cidades, precisamos de mais eventos com boa estrutura, pois temos bandas de altíssima qualidade.


6) Conte-nos sobre a discografia da banda?

 Temos a demo A Viking Funeral e os EPs, Die for Odin e Ravens Empire, que foram lançados na Europa em um único CD intitulado Viking Brothers. Recebemos ótimas resenhas até hoje sobre esse material. Após isso lançamos o EP Heroes Rise, cuja faixa título é uma de nossas músicas mais conhecidas. Estamos lançando neste ano o CD Ten Thousand Spears for Ten Thousand Gods, com 10 músicas novas, incluindo a canção épica Ring of the Nibelungs, dividida em quatro partes, assim como a ópera de Richard Wagner, na qual foi inspirada.


7) Como tem sido a recepção do novo álbum Ten Thousand Spears for Ten Thousand Gods?

 Excelente, temos recebido ótimas críticas, tanto da mídia especializada quanto do público. Recebemos nota 10 na resenha do Whiplash e de outros sites, o CD está a venda na galeria do Rock e pela internet e a galera está apoiando muito nesse sentido. Quando tocamos ao vivo percebemos que muitas pessoas já conhecem as músicas novas, o que nos deixa extremamente felizes e orgulhosos.


8) Como você avalia a cena (rock/metal) no país?

Muito amadora ainda, infelizmente, em termos de organização e estrutura.


9) Quais os temas sempre presentes nas composições da banda?

 Mitologia nórdica, batalhas, força, coragem e união.


10) Como você define,em poucas palavras,o som da banda?

 Death Metal com muito peso, melodia e temática viking.


11) Qual a importância das redes sociais e da internet para o trabalho de vocês?

 Essencial, pois nossa música está disponível para headbangers de todo o mundo, e isso seria muito mais difícil de outra forma. Temos um cd lançado na Europa, sem nunca ter tocado lá, por exemplo.


12) Escolha cinco dos seus álbuns favoritos?

Poderia citar uns vinte facilmente, mas aí vão 5:

Pantera - Far Beyond Driven

In Flames - Soundtrack To Your Escape

Manowar - Into Glory Ride

Hipocrisy - Abducted

Six Feet Under - Warpath


13) Mais uma vez agradeço a entrevista e agora,deixe um recado para os fãs da banda,e conte-nos sobre os seus próximos passos.

Grande abraço a todos, obrigado pelo apoio que sempre recebemos, espero vê-los ao vivo em breve! É uma grande honra contar com seu apoio e poder dizer: “WE ARE WARBOUND!”