Hoje é o dia do Assistente Social, mas afinal de contas, há
o que comemorar?
Somos a sexta economia do mundo, mas no IDH ocupamos a vergonhosa
octogésima quarta posição, sendo que na América Latina, estamos atrás do Chile,
da Argentina, de Barbados, do Uruguai, de Cuba, de Bahamas, do México, do Panamá,
de Antígua e Barbuda e Trinidad e Tobago.
É notório o quanto evoluímos, daquele conceito inicial da
caridade das senhoras católicas da alta sociedade, que por mera benevolência, e
sem nenhum embasamento técnico/teórico distribuíam roupas e alimentos a esmo, mas
ainda hoje a profissão é subestimada,devido a falta de investimento
governamental e o senso comum da sociedade.
No pouco tempo em que estou como estagiário num aparelho
da Assistência Social, é notório que as pessoas vão atrás de benefícios, o que
não posso criticar, afinal foram secularmente marginalizadas pelo Estado, mas
em contrapartida, vejo o quão difícil é falarmos em conquista de direitos, cidadania
plena, já que o latente é sempre a condição econômica precária, a fome, fruto
de famílias desestruturadas, com pouquíssimos anos de estudo.
Independente da minha militância partidária,não vou me
furtar em dizer que já passou da hora de se pensar em políticas sociais
definitivas,já que o Bolsa-Família é extremamente necessário,afinal como diria
Betinho,quem tem pressa tem fome,mas caso outro partido assuma a presidência em
2015,esse programa corre sérios riscos de desaparecer,mas esse não é o mote da
questão,mas sim a necessidade de voltarmos a pensar nesse e nos demais
benefícios como transitórios,jamais definitivos,do contrário,os usuários terão
aí um porto seguro,e o “empoderamento”,tão caro a nossa categoria jamais será
alcançado.
Como coloquei no primeiro parágrafo, somos a sexta
economia do mundo, muito se fala na “nova classe média”, e temos sim que
comemorar as milhares de famílias que saíram da linha da extrema pobreza, mas
não podemos nos dar por satisfeitos,afinal fala-se muito no aumento do poder de
compra do brasileiro,mas isso não se traduz em mais direitos,na conquista de
uma cidadania plena,muito pelo contrário,só reforça o consumismo desenfreado,a
alienação,e lucros exorbitantes,para aquela classe de privilegiados que concentra
a riqueza desse país desde sempre.
Ao se falar dos programas de “combate às drogas”, temos
aí mais um fracasso, uma vez que criticamos constantemente as comunidades terapêuticas,
pois raramente contam com estrutura adequada e profissionais capacitados,
embora não possamos conviver sem elas, já que o Estado não oferece leitos
suficientes para acompanhamentos desses cidadãos, encarregando-se apenas da
parte da repressão policial, respondendo a anseios da mesma parcela da
população,que deseja uma verdadeira “limpeza” próximo as suas residências,já
que “o inferno são os outros”.
Outra dura frente de batalha que devemos liderar é a da
valorização do profissional, que ainda não conta com um piso salarial, além de
instrumentos necessários para o atendimento pleno ao usuário.
Para concluir, apesar
das duras críticas, a cada dia de estágio, percebo que é isso que quero fazer,é
essa batalha que quero encarar sem medo com os futuros colegas de profissão,e
para dizer que não falei das flores,a Comissão da Verdade,para apurar o nefasto
período da ditadura militar no nosso país foi instalada hoje.Links:
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/brasil-ocupa-84-posicao-entre-187-paises-no-idh-2011.html
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