terça-feira, 15 de maio de 2012

Dia do Assistente Social




Hoje é o dia do Assistente Social, mas afinal de contas, há o que comemorar?

Somos a sexta economia do mundo, mas no IDH ocupamos a vergonhosa octogésima quarta posição, sendo que na América Latina, estamos atrás do Chile, da Argentina, de Barbados, do Uruguai, de Cuba, de Bahamas, do México, do Panamá, de Antígua e Barbuda e Trinidad e Tobago.

É notório o quanto evoluímos, daquele conceito inicial da caridade das senhoras católicas da alta sociedade, que por mera benevolência, e sem nenhum embasamento técnico/teórico distribuíam roupas e alimentos a esmo, mas ainda hoje a profissão é subestimada,devido a falta de investimento governamental e o senso comum da sociedade.

No pouco tempo em que estou como estagiário num aparelho da Assistência Social, é notório que as pessoas vão atrás de benefícios, o que não posso criticar, afinal foram secularmente marginalizadas pelo Estado, mas em contrapartida, vejo o quão difícil é falarmos em conquista de direitos, cidadania plena, já que o latente é sempre a condição econômica precária, a fome, fruto de famílias desestruturadas, com pouquíssimos anos de estudo.

Independente da minha militância partidária,não vou me furtar em dizer que já passou da hora de se pensar em políticas sociais definitivas,já que o Bolsa-Família é extremamente necessário,afinal como diria Betinho,quem tem pressa tem fome,mas caso outro partido assuma a presidência em 2015,esse programa corre sérios riscos de desaparecer,mas esse não é o mote da questão,mas sim a necessidade de voltarmos a pensar nesse e nos demais benefícios como transitórios,jamais definitivos,do contrário,os usuários terão aí um porto seguro,e o “empoderamento”,tão caro a nossa categoria jamais será alcançado.

Como coloquei no primeiro parágrafo, somos a sexta economia do mundo, muito se fala na “nova classe média”, e temos sim que comemorar as milhares de famílias que saíram da linha da extrema pobreza, mas não podemos nos dar por satisfeitos,afinal fala-se muito no aumento do poder de compra do brasileiro,mas isso não se traduz em mais direitos,na conquista de uma cidadania plena,muito pelo contrário,só reforça o consumismo desenfreado,a alienação,e lucros exorbitantes,para aquela classe de privilegiados que concentra a riqueza desse país desde sempre.

Ao se falar dos programas de “combate às drogas”, temos aí mais um fracasso, uma vez que criticamos constantemente as comunidades terapêuticas, pois raramente contam com estrutura adequada e profissionais capacitados, embora não possamos conviver sem elas, já que o Estado não oferece leitos suficientes para acompanhamentos desses cidadãos, encarregando-se apenas da parte da repressão policial, respondendo a anseios da mesma parcela da população,que deseja uma verdadeira “limpeza” próximo as suas residências,já que “o inferno são os outros”.

Outra dura frente de batalha que devemos liderar é a da valorização do profissional, que ainda não conta com um piso salarial, além de instrumentos necessários para o atendimento pleno ao usuário.

Para concluir, apesar das duras críticas, a cada dia de estágio, percebo que é isso que quero fazer,é essa batalha que quero encarar sem medo com os futuros colegas de profissão,e para dizer que não falei das flores,a Comissão da Verdade,para apurar o nefasto período da ditadura militar no nosso país foi instalada hoje.


Links:

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/brasil-ocupa-84-posicao-entre-187-paises-no-idh-2011.html

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