quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Power Prog - Brazil Rocks!

A distribuidora alemã Power Prog decidiu lançar uma coletânea com seus agenciados tupiniquins,e o melhor de tudo,de graça.

São dezesseis faixas, que como o nome da gravadora já indica, mostram o melhor do Prog e do Power Metal, além de pitadas de Thrash.

Abaixo colocarei minhas impressões sobre cada uma. \m/

1 - Conflicted (Kiko Loureiro)

Você pode ter restrições quanto a sua personalidade, espírito de equipe ou qualquer outra coisa, mas se restringindo ao campo da música, que é o que importa por aqui, nessa música podemos conferir todo seu talento e versatilidade, com um início mais cadenciado, mas eis que riffs cortantes surgem e toda técnica do guitarrista torna-se a protagonista.

Única faixa instrumental da coletânea, mas também diante desses riffs, qualquer palavra é um exagero.

Música primorosa e perfeita para inaugurar o álbum.


2 - The Last Free Land (Vandroya)

Todos os elementos do Power Metal estão presentes nessa música interpretada pela competente Daísa Munhoz, dona de uma voz poderosa, aguda, mas que não incomoda ou soa forçada, acompanhada pelas guitarras sempre velozes e certeiras de Marco Lambert e Rodolfo Pagotto e a segurança de Giovanni Perlati e Otávio Nuñez no baixo e bateria, respectivamente.

Após ouvir essa música é compreensível porque a vocalista foi convidada a participar do projeto Soulspell.

Ouçam sem medo.


3 - Just One (Rygel)

Não só pela amizade, mas principalmente pelo talento, esse quinteto santista que mescla tão bem o heavy, o thrash e o prog metal, constantemente merece destaque aqui no blog.

Com a música que é o carro-chefe do seu terceiro álbum, nota-se a qualidade vocal de Daniel Felipe e as dobradinhas ensandecidas de Wanderson Barreto e Anibal Pontes, que ainda contam com a ajuda de Vagner Silva (bateria) e Ricardo Reis (baixo) para ditar o ritmo dessa música que além de destruidora em termos metálicos, trata de um tema fundamental, a igualdade entre os seres humanos.


4 - Brutal Storm (Pastore)

Antes de qualquer coisa, como canta esse Pastore.

Deixa muitos desses vocalistas auto-intitulados "conceituados" no chinelo.

Com Brutal Storm você vai encontrar o melhor do heavy clássico, com o já mencionado show de Pastore, brilhantemente acompanhado das viradas sempre precisas e pesadas de Fabio Buitividas, e Rafael (guitarra) e Aléxis (baixo) ditando o ritmo brutal da música.


5 - Till The End (Age Of Artemis)

Alírio Netto tem tudo para integrar o quadro de vocalistas lendários do metal nacional futuramente.Sabe impostar sua voz como poucos.

Independente da produção de Edu Falaschi, a banda tem muitos elementos do Angra, principalmente da sua fase considerada clássica, com Andre Matos.

Se Alírio se destaca, como já mencionei acima, é porque tem uma banda muito boa o acompanhando, com Nathan e Gabriel nas guitarras, com aqueles riffs na medida, justamente pro vocalista se destacar.

Na minha modesta opinião, creio que faltou mais espaço pra Giovanni (baixo) e Pedro (bateria) mostrarem o que sabe, que não deve ser pouca coisa, mas que dessa vez preferiram manter um mesmo andamento à música.


6 - Breake The Hive (Painside)

Painside fez muito bem a lição de casa, com andamentos diferenciados na música, assim como Guilherme ousou ir dos urros a voz mais limpa, com bastante naturalidade.

Elementos mais modernos, como os efeitos usados na voz de Dani Nolden do Shadowside, já mencionados aqui, também foram usados nessa música, mas de maneira bem mais sutil, não comprometendo o resultado final.

Riffs muito bem feitos, tal qual o refrão, fácil e de causar impacto numa apresentação ao vivo.


7 - Shatter The Prison (Fortress)

Esse quinteto de Florianópolis botou mais uma dúzia de elementos nessa coletânea...

Para começar, tem até gutural na música, mas também temos uma voz mais limpa, além da aguda, enfim vários elementos que consagraram o estilo nas suas inúmeras vertentes estão aqui.

Além do excelente trabalho descrito acima desempenhado por Marcello Zibetti com a providencial ajuda de Pierre, não só na voz, como empunhando seu baixo, a dupla responsável pelas guitarras, Marcelo Rosa e Alvim não deixaram por menos, conduzindo muito bem a banda, cadenciando quando preciso, assim como desferindo riffs implacáveis.

Jarlisson parece um polvo, tamanha a desenvoltura que usou as baquetas, tanto na pancadaria quanto na técnica.


8 - Behind The Mask (Caravellus)

Caso você tenha algum ou vários preconceitos contra o prog metal originário, por assim dizer, com solos intermináveis e entediantes, pode arremessá-los o mais longe possível, já que com a música de seu segundo cd, intitulado Knowledge Machine, os pernambucanos do Caravellus matam a pau, com uma técnica refinada e um peso incrível, mas sempre em função do ouvinte, e não para mostrar quem é o melhor instrumentista.

Todos integrantes merecem destaque, seja Daniel Felix com seu teclado que ambientou tão bem a música, o baixo de Cleison Johann ou a bateria brutal e precisa de Pedro Nunes, mas o que Raphael Dantas e Glauber Oliveira fizeram aqui é digno de sérios estudos.

Esses caras vão quebrar todos os conceitos em que se amparou não só o prog metal, como o heavy nacional.


9 - Angel With Horns (Shadowside)

Com um som voltado para o heavy tradicional com pitadas de power, a banda se consolida nesse terceiro álbum, bastante elogiado tanto pela crítica quanto pelo público.

Há claros elementos desse metal mais "moderno"(faço questão de colocar as aspas porque o termo é quase indecifrável,mais confunde do que explica), como por exemplo nos efeitos usados na voz de Dani Nolden, que achei desnecessários, mas a música funciona muito bem como um "single",ou seja tem os riffs certeiros de Raphael Mattos, um refrão poderoso e uma bateria violenta, o que aliado à competência e entrosamento da banda só contribui para o resultado final.


10 - The Totem (Aclla)

Os vocais agudos na última potência (inspirados nas referências do estilo) estão aqui, as guitarras e a bateria num ritmo frenético também.

Podem alçar voos muito altos, desde que arrisquem pisar num terreno mais desconhecido, fazendo aflorar esse talento (que tem de sobra pelo que se nota) na sua totalidade, deixando de lado a preocupação de seguir certos caminhos que levarão a um sucesso aparente, mas fatalmente a homogeneização com demais bandas que resolvam apostar no estilo.


11 - Forgiven Secrets (Still Alive)

Muito interessante a entonação de Walter Campos, cantando num tom mais rasgado,e num mais agudo, sempre que necessário.

Vale destacar essa música também, pois ao contrário das demais dessa coletânea, a guitarra não é a protagonista, muito menos a velocidade.

Não quero com isso dizer que Gil Vasconcelos não faz um trabalho respeitável, mas o teclado de Rodolfo Iriarte se faz presente em 90% da música, o que a deixa com um ritmo bastante criativo, apesar de parecer repetitiva em alguns momentos.

Devem ousar mais nos trabalhos seguintes, para não se tornarem apenas mais uma dentre as inúmeras bandas de power metal.


12 - Rising Sun (Scelerata)

Fabio Juan vai de um vocal mais rasgado ao agudo sem nenhum esforço, contando com o apoio dos riffs inspirados de Magnus e Renato, e como não poderia deixar de ser numa banda de power metal, velozes.

O baixista Gustavo segura as pontas, enquanto Francis espanca seu kit de bateria com a já tradicional velocidade.

Não fogem do lugar comum, mas fazem com maestria o que é proposto, por isso vale a pena ouvir as demais músicas.


13 - Trust (Ancesttral)

Refrão bacana, música bem pensada e nota-se a influência do Metallica na banda, pela forma que Alexandre canta em vários momentos, mas isso não os faz soar como uma cópia.

A dobradinha de Alexandre e Leonardo rende riffs cortantes, para agradar em cheio aos fãs de thrash.

"Moderno", mas com um pé e meio fincado nas raízes.

Aprovado!


14 - Walking Tall (Mindflow)

Aqui o Mindflow faz um prog de gente grande, bem pesado e com o vocalista Danilo Herbert roubando a cena, com a voz limpa no início e mais rasgada no refrão, que ganha muita força, por ser de fácil assimilação e quebrar o ritmo da música.

Mais uma banda a aliar perfeitamente o peso e a técnica.


15 - When Madness Call (Lothlöryen)


As influências de Blind Guardian para a banda são claras, mas ao contrário do que se pode imaginar, a partir desse terceiro cd, intitulado Raving Souls Society, o amadurecimento da banda é notório não só musicalmente como na questão das composições, já que o grande mote do álbum é a mente humana.

Pode parecer clichê, mas é impossível colocar a banda em algum gênero, fruto também da versatilidade de Daniel Felipe,que não se prende a esse ou aquele timbre.

Merece destaque o teclado de Leonardo Godde.

Fico imaginando esse refrão sendo cantado com todo ímpeto pela platéia ao vivo.


16 - Change The Tide (Soulspell)


Ótima maneira de encerrar com chave de ouro essa coletânea, já que conta com um sempre inspirado Mike Vescera e a talentosíssima Daísa Munhoz fazendo um dueto monstruoso, com riffs na velocidade da luz e um refrão apoteótico, ou seja, o ápice do power metal, mas que aqui não soa datado.

Além da música acima ser sinal de que vem um grande álbum por aí, essa Daísa Munhoz ainda dará o que falar.Canta demais, não erra uma.


Obs.1: Caso não tenha citado algum músico nominalmente, foi só para dar agilidade ao texto, já que todos os participantes são exímios instrumentistas.

Obs.2: Não sei cantar nem tocar qualquer instrumento, então fiz esse texto baseado na minha opinião de fã, sem qualquer intransigência.

Obs.3: O blog odeia coletâneas, independente da banda, mas essa cumpre um papel formidável, ao apresentar o melhor do metal brasileiro, em várias das suas vertentes.

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