A Justiça do Ceará autorizou que a detenta Cynthya Corvello, 40, frequente as aulas do curso de História, na UFC (Universidade Federal do Ceará). A decisão saiu nesta sexta (24) e é a primeira concessão na história do Estado para presidiários que cumprem condenação em regime fechado. Cynthya fez o último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e conseguiu se classificar para a vaga na primeira chamada do Sisu (Sistema de Seleção Unificado).
A decisão é da juíza da 2ª Vara de Execuções Criminais, Luciana Teixeira de Sousa. As aulas já iniciam na manhã da próxima segunda-feira (27). Segundo a secretária da Justiça do Ceará, Mariana Lobo, nos primeiros 30 dias, Cynthya será acompanhada de escolta de dois agentes do Grupo de Apoio Penitenciário. Depois desse prazo, a detenta vai usar um monitoramento eletrônico, por meio de uma tornozeleira, e receberá um vale transporte.
“É o primeiro caso de uma presa em regime fechado a receber essa concessão. O trajeto dela e os horários serão definidos no primeiro mês e será monitoramento pelo equipamento”, aponta. Caso descumpra as determinações, a presa será impedida de continuar a ir para as aulas. Segundo Lobo, como é o primeiro caso desse tipo no Ceará, outras medidas ainda devem ser definidas, como o acesso a Cynthya do material escolar destinado as aulas no presídio.
“A Cynthya trabalha na biblioteca, ganha o dinheiro dela. Mas ainda vamos decidir quem deve comprar os livros que ela necessita, já que as presas não têm acesso ao dinheiro, apenas aos produtos que pedem para comprar”, constata a secretária.
“Esse é um passo importante porque, mais que tirar do convívio, o sistema prisional tem o dever de tornar a pessoa apta ao convívio social. Se fala muito de construção de presídios, e se esquece da parte mais importante, que é a recuperação”, elenca a secretária. Lobo acredita que o caso de Cynthya é de superação e tem um efeito positivo junto à população carcerária.
Cynthya foi condenada a 25 anos de reclusão por coautoria em duplo homicídio seguido de roubo, ocorrido há quase 20 anos, em 1993. Ela esteve foragida até 1998 e presa até 1999, quando conseguiu evoluir para o regime um semiaberto até o julgamento, em 2006.
Minhas Considerações
Essa decisão é importantíssima,primeiramente por reforçar a importância do ENEM,que se conta com algumas falhas,como o congestionamento do portal nos primeiros dias de inscrição,a segurança da informação,etc,é um grande avanço em relação ao acesso a universidade antes dessa importante ferramenta.
Nosso dever é exigir a ampliação das vagas,critérios mais claros de correção,além de sérios investimentos na educação básica,fundamental e superior.
A outra questão é que isso representa um balde de água fria na turma do senso comum,que insiste num sistema carcerário fracassado,que só oprime,ver pela primeira vez uma detenta se insurgir da melhor maneira,se RESSOCIALIZAR por seus próprios méritos,em letras garrafais mesmo,para os ignorantes perceberem o poder do conhecimento,e que não existe prisão perpétua nesse país,logo se alguém cometeu qualquer crime que seja,tem que responder por isso,o que não significa continuar eternamente à margem da sociedade.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/02/24/justica-autoriza-que-detenta-do-ceara-aprovada-em-universidade-federal-frequente-aulas.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário