sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Parallax,Rygel e Almah - Tribal Club(06/09/2012)

Véspera de feriado,e a Tribal Club recebe um ótimo público para conferir a apresentação da banda Almah,além dos santistas da banda Parallax e Rygel.

Responsáveis por abrir a noite,o quinteto da Parallax cumpriu muito bem com a sua função.

É notório a evolução da banda,já que se no show de abril,também com o Rygel,estavam bastante comedidos,dessa vez o que se viu foi uma banda com bastante personalidade.

Às 23h45 iniciaram seu show com Reconsider,com uma levada bem interessante,e um refrão na medida,já com Stand Your Ground,os teclados ditaram o ritmo da música,continuando com essa inspiração mais pro lado do hard rock,em que os backing vocals de Helena Papini fizeram mais uma vez a diferença.

Estava na hora do primeiro clássico da noite,e Nando Martins fez jus a camisa do Black Sabbath que vestia,já que deve ter recebido uma ajuda secreta de Mr. Iommi e Rhandy Roads(antes que me massacrem,sei que nessa fase o posto de guitarrista de Ozzy era de Jake E. Lee),já que executou essa obra-prima com toda maestria.

A partir de Lions and Lambs a influência do Pantera tornou-se nítida,e a apresentação ganhou um peso incomensurável,com Christopher Clark urrando alucinadamente em Lions and Lambs,Cowboys From Hell and Stillness of Mind.

Todos os integrantes merecem destaque,mas o que o vocalista fez na noite de ontem é pra ficar na memória.Ele se agigantou de uma maneira fora do comum,como se estivesse num estádio,tocando para 50 mil pessoas,ou uma vaga no Wacken dependesse daquela apresentação.

Tanto com a voz mais limpa,como nos guturais,o camarada foi perfeito,não errou uma nota.

Completando o grupo,o guitarrista Nando Martins estava inspiradíssimo,também sem errar uma nota sequer,e na outra ponta,seu companheiro de instrumento Rodrigo Alves fazia a linha daquele jogador que não aparecerá na página principal do caderno de esportes no dia seguinte,mas é fundamental a equipe,que compensou sua postura mais discreta,com bastante segurança.



Para finalizar,a baixista Helena Papini não se intimidou diante de um público numeroso,e por vezes reticente a mulheres em cima do palco.Tocou demais,além das ótimas intervenções como backing vocal.

Para exemplificar o que disse,não fez como alguns baixistas tradicionais,que ficam o mais escondido possível no palco,e ninguém precisou de óculos 3D para ver o suor escorrendo da sua testa no momento derradeiro do show,dedilhando seu baixo alucinadamente em Painkiller.

O show estava próximo do término,e eles brindaram o público com Blind Dancer,o típico single,com ótimos riffs e um refrão direto.

Com o público já ganho,decidiram encerrar sua participação com o clássico atemporal Painkiller,e o baterista Pedro Tinello mostrou do que é feito,já que após um curto solo,executou essa porrada com toda precisão,recebendo merecidos aplausos.



Show curto,mas bastante intenso,e que mostrou que a banda tem um grande poder de fogo,além de ótimos compositores,já que as músicas próprias também incendiaram os presentes.

Lista de Músicas

1 - Reconsider
2 - Stand Your Ground
3 - Bark At The Moon
4 - Lions and Lambs
5 - Cowboys From Hell
6 - Stillness Of Mind
7 - Blind Dancer
8 - Painkiller


A banda Rygel foi a responsável por manter a platéia entusiasmada,começando sua apresentação à 00h45,com uma apresentação pesada e extremamente técnica,como já é de costume.

Serviu para confirmar de uma vez por todas que o novo álbum tem muita qualidade,não recebe os elogios da crítica especializada e dos fãs a toa,e suas músicas funcionam muito bem ao vivo.



É desnecessário descrever música por música,tamanha a habilidade dos integrantes,mas além de terem escolhido uma ótima música para iniciar a apresentação,que teve sequência com um clássico do primeiro cd,Another Life,que sacudiu o público(principalmente esse rapaz que escreve),merecem destaque Perfect Stone,que se transformou na minha favorita do novo álbum,além de Damnantion,em que Daniel Felipe pode mostrar toda a sua versatilidade,em que sua voz se aproxima do gutural.

Outra música que tem tudo para virar um hino da banda é Just One,com ótimos riffs e letra,altamente politizada.

Pude presenciar uma interpretação diferente para aquela que já virou o hino da banda,Nightmare,mas que de maneira alguma tirou o brilho do espetáculo.



Em resumo,a banda fez mais uma apresentação grandiosa,em que a dobradinha Anibal/Wanderson se mostrou mais uma vez letal,Ricardo sempre preciso e seguro,Vagner preciso como um autêntico relógio suíço,como já mencionado,executando passagens extremamente técnicas com bastante frieza e naturalidade,e Daniel com o carisma e a técnica de sempre,dominando o palco,em que independente do tom exigido pela música,ele os alcança sem qualquer esforço.

Lista de Músicas

1 - End Of Days
2 - Another Life
3 - Sad But True
4 - Just One
5 - Perfect Stone
6 - Realities
7 - Damnation
8 - Nightmare
9 - A New Level


Exatamente às 02h15,a banda que todos esperavam subiu ao palco,só posso estar falando do Almah.

Foram muito felizes na escolha das músicas,e desde o primeiro minuto a alegria de estarem ali no palco saltava aos olhos de todos.

Apesar dos problemas de som iniciais,bastante embolado em Hypnotized,o show transcorreu sem problemas,com muito profissionalismo e técnica por parte de todos os integrantes.



O show foi bom para mostrar que as músicas de Motion funcionam muito bem ao vivo,e a decisão de mesclá-las com as músicas dos álbuns anteriores foi acertada.

Declarações polêmicas e sua saída conturbada do Angra foram responsáveis por muito falatório nos bastidores,mas o que se viu no palco foi um vocalista carismático,a vontade e principalmente feliz.

Ao cantar músicas apropriadas para o seu tom de voz,fica evidente a sua qualidade,além da presença de palco.Ele não erra uma nota.



O show também era importante por apresentar à cidade seus dois novos integrantes,Gustavo di Padua na guitarra,com uma performance bastante enérgica e precisa,além de Raphael Dafras no baixo,ainda contido,mas que chamou pra si a responsabilidade de substituir Felipe Andreoli,com uma apresentação segura e habilidade surpreendente.

Marcelo Barbosa faz os mais intrincados solos e riffs,mas em momento algum demonstra que faz um esforço tremendo para executá-los.Um dos melhores guitarristas do Brasil.

O responsável pelas baquetas,Marcelo Moreira,é uma verdadeira arma de destruição em massa,que prova que um grande baterista não precisa de um kit megalomaníaco,uma vez que alia habilidade fora de série com uma brutalidade indescritível.

Como já mencionei,o repertório foi meticulosamente escolhido,mas há que se destacar as cinco músicas derradeiras,já que todos tiveram uma grata surpresa ao saber que Days Of The New será o próximo clipe da banda,numa versão ao vivo,que foi emendada pelas melhores do álbum na minha opinião,Bullets On The Altar,e Trace Of Trait,com um clipe de muito bom gosto,e um refrão nervoso,para ficar rouco no dia seguinte.

Na sequência tivemos King,já um clássico da banda,e a primorosa Torn.

No fim das contas,o que os presentes puderam conferir,foi uma apresentação bem pesada,técnica,de uma banda feliz em estar no palco,sem responsabilidade de se comparar com essa ou aquela e com um entrosamento invejável,mesmo com as recentes baixas.

Lista de Músicas

1 - Hypnotized
2 - Living And Drifting
3 - Beyond Tomorrow
4 - Children Of Lies
5 - Birds Of Prey
6 - Late Night In '85
7 - Zombies Dictator
8 - You'll Understand
9 - Scary Zone
10 - Breathe
11 - Days Of The New
12 - Bullets On The Altar
13 - Trace Of Trait
14 - King
15 - Torn


As bandas,a produção e principalmente os fãs,que compareceram em excelente número merecem os parabéns,já que mais uma vez demonstrou-se que a Baixada Santista deve sim ser palco de bons eventos de metal.

Parabéns a Tribal Club,pela organização,segurança e qualidade do evento,que só melhora a cada show.

Que com isso,fique clara a nossa missão,que é a de lotar a casa a cada show,justamente por ser a única a respeitar o gosto dos fãs.

Além disso,o mais gratificante é ver o nível das bandas santistas,que a despeito do bla bla bla de alguns que o rock precisa ser salvo,ou reinventado,ele está mais forte e criativo do que nunca,com ótimos músicos em cima do palco,mas principalmente no trato com os fãs.

Sim,isso é algo importantíssimo,já que o público merece respeito,e felizmente é o que vem acontecendo nesses eventos.


Crédito das fotos: Vinicius dos Santos

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